Tomar leite ou comer seus derivados não é tão simples como parece. De vaca, cabra, humano ou soja. Qual é o melhor para o seu filho? A Organização Mundial da Saúde recomenda que a alimentação do bebê deve ser exclusiva de leite materno até os seis meses de idade. Porém, nem sempre é possível.
Estudos comprovam que o leite contém uma substância que pode ser rejeitada pelo organismo da criança e causar um distúrbio conhecido como: intolerância à lactose (IL).
Para entendermos melhor, o nutrólogo do Hospital e Maternidade São Luiz e presidente da Sociedade Brasileira de Nutrição Clínica, Celso Cukier, explica que a lactose é o açúcar do leite que precisa ser transformado pela enzima lactase em outras duas substâncias, a glucose e a galactose para serem facilmente absorvidos pelo corpo. “A falta ou deficiência na produção da lactase faz com que a lactose chegue até o intestino grosso sem ser absorvida pelo organismo. Ela é fermentada por bactérias causando gases e desconfortos abdominais”, afirma.
Não confunda! Diferente dos quadros de alergia, os sinais da intolerância à lactose são diretamente ligados ao intestino e podem causar dores locais, diarreia, má digestão, gases, náuseas e vômito, e podem variar de acordo com o nível da doença e a quantidade de alimento ingerido. “A frequência dos sintomas após as mamadas requer avaliação médica para ter o diagnóstico clínico antes de restringir a alimentação”, reforça o especialista.
Pesquisas comprovam que o problema é mais comum em raças orientais e acomete 98% dessa população. Entretanto, prematuros é outro grupo de risco devido à imaturidade intestinal.
Troca-troca
Algumas crianças com IL conseguem ingerir leites deslactosados e outros produtos com baixo teor de lactose sem despertar o problema. Com acompanhamento médico e nutricional especializado é possível adaptar um cardápio que contenha alimentos lácteos sem oferecer riscos ao pequeno. “Se não tratado adequadamente pode acarretar problemas de nutrição, atrapalhar o crescimento do bebê ou também desenvolver alguma doença localizada”, afirma o nutrólogo.
Dr. Cukier complementa que para essa deficiência ainda não há cura e sim outra palavrinha: a substituição. “O controle alimentar do leite e seus derivados é fundamental para a prevenção dos sintomas. Para as crianças as opções mais usadas são o leite de soja ou os industrializados que utilizam outras fontes de proteínas.”
Por Sempre Materna
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