Primeiros exames do bebê: o que é essencial e o que é facultativo?
- Redação MamãeBox

- 12 de nov.
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Coordenadores de UTI Neonatal e de Obstetrícia da Casa de Saúde São José enumeram os principais exames pós e pré-natal necessários à identificação precoce de doenças, que podem comprometer a saúde do bebê.
Ao longo da vida, são muitos os exames que precisamos fazer anualmente, semestralmente ou até com mais constância a depender do caso: hemograma completo, testes de colesterol e glicose, exames para a função da tireoide, testes de função renal, exames de urina e fezes, entre outros exemplos. No entanto, quais são os primeiros exames que um ser humano deve fazer em seus primeiros dias de vida?
“Todo recém-nascido deve passar por uma avaliação cuidadosa, que inclui exame físico completo e alguns testes de triagem neonatal. Esses exames são fundamentais porque permitem identificar precocemente condições que podem comprometer a saúde, o desenvolvimento e a qualidade de vida do bebê”, explica a Dra. Maria Elisabeth Lopes Moreira, coordenadora da UTI Neonatal da Casa de Saúde São José.
Os exames de triagem obrigatórios incluem:
Teste do Coraçãozinho - realizado ainda na maternidade para medir a oxigenação do sangue e identificar precocemente malformações congênitas do coração.
Teste do Olhinho (Reflexo Vermelho) - Feito para avaliar a presença do reflexo vermelho na pupila, sendo importante para descartar catarata e glaucoma congênito, além de outras doenças oculares.
Teste da Orelhinha (Triagem Auditiva Neonatal) - Avalia a resposta auditiva do bebê e detecta precocemente perdas auditivas, permitindo iniciar intervenções que favorecem o desenvolvimento da fala e da linguagem.
Teste da Linguinha - Examina a membrana que liga a língua ao assoalho da boca que, quando encurtado, pode prejudicar a amamentação, sucção e a fala.
Teste do Pezinho - Coleta de uma pequena amostra de sangue do calcanhar do bebê, entre o 3º e o 5º dia de vida e após a alta hospitalar, para identificar doenças genéticas, metabólicas, hormonais e infecciosas.
Além desses procedimentos, o pediatra também pode recomendar exames adicionais, como: “o teste do pezinho ampliado, que investiga mais doenças, o BERA, para avaliação auditiva mais detalhada, o ecocardiograma, em casos suspeitos de cardiopatia congênita, e ultrassonografias específicas, quando há indicação clínica ou fatores de risco”, complementa a Dra. Maria Elisabeth.
Esses exames podem ser solicitados de acordo com a história familiar, antecedentes obstétricos e resultados dos testes iniciais. No entanto, é importante que os pais tenham ciência de que a saúde do bebê começa antes ainda do nascimento.
“Se bem indicado e realizado por profissionais experientes, o ultrassom é um exame inócuo, ou seja, nem um pouco nocivo tanto para mãe quanto para o bebê. Recomendamos o primeiro exame a partir de sete semanas de atraso menstrual por ser um período onde é possível confirmar a presença e vitalidade da gestação pela identificação dos batimentos cardíacos embrionários. Depois, no período entre 11 e 13 semanas de gestação, fazemos o rastreamento de malformações maiores e de algumas doenças cromossômicas”, explica o coordenador da Obstetrícia da Casa de Saúde São José, Dr. Paulo Marinho.
Além disso, em torno de 20 a 24 semanas é feito o exame morfológico onde existe maior oportunidade de identificação de maiores e menores malformações. Após a 26ª semana é feita a ecocardiografia para rastreamento de algumas cardiopatias. Por fim, são feitos exames de ultrassom para estimar o peso fetal e vitalidade logo antes do nascimento.
O obstetra explica que é importante a aplicação dos exames depois de realizada uma minuciosa avaliação da história do casal e da família para identificar doenças genéticas e malformações recorrentes. No entanto, existem exames que o casal normalmente deseja fazer mesmo não sendo obrigatório, como o NIPT (teste pré-natal não invasivo).
“Este exame rastreia cromossomos como o da Síndrome de Down, Síndrome Patau, Síndrome de Edward, além de outras mais raras. Já o exame de ultrassom tridimensional pode ser útil para visualizar alterações fetais por meio da reconstrução de imagens, auxiliando o médico tanto em tratamento intra útero como no tratamento do bebê logo ao nascer”, afirma o Dr. Paulo.
“A realização precoce é fundamental: quanto antes for identificado um problema, maiores as chances de tratamento eficaz. Em casos de resultado alterado, não significa necessariamente que o bebê tem a doença, pode ser necessário repetir o exame ou realizar outros testes. Não adie os exames, a maioria deles é indolor para o bebê. O único que causa leve desconforto é o Teste do Pezinho, mas é rápido e fundamental para a saúde”, recomenda a Dra. Maria Elisabeth.













